Quem inventou o amor, me explica por favor!

Então a menina tornou-se a chorar, seu príncipe encantado havia lhe deixado ali, naquela escuridão, nos  prantos, na noite fria com a solidão corroendo a imensa dor que estava em seu peito.
Eles haviam conversado minutos antes, mas os segundos foram massacrados por palavras dolorosas, manchadas com um passado assombroso, junto com um amor não correspondido e uma paixão mal resolvida.
Ela tinha muita coisa pra falar, mas na garganta havia aquele choro reprimido, com uma dor insuportável de tudo que poderia acontecer e de tudo que aconteceu.
Não era pra ter acabado assim, não era pra ter começado assim...
Aquele recomeçar que foi dito certo vez, poderia ter sido evitado, mas a menina tornou-se a acreditar em um futuro que já se sabia como ia acabar, sua mente tentou avisá-la tantas vezes, mas seu coração fingia ser surdo!
E agora, nada lhe resta, a não ser o amargo sentimento passando por sua garganta, de que poderia ter evitado tudo isso, o amargo sentimento passando por sua garganta de que merece tudo isso, o amargo sentimento passando por sua garganta de que ainda tens muito que sofrer, que tudo isso é apenas o começo.
A menina que até então tentava se tornar mulher, se desmonta, se desenrola e de uma menina, se torna uma criança, aos prantos, aos gritos, aos medos, as dores, ao suplico, a oração.
E encolhida num canto escuro, frio e com apenas a solidão, ela, nessa noite de Natal faz um pedido aos céus: de que seu coração possa se acalmar, caso ao contrário, ele será arrancado às forças!